As prefeituras de cinco municípios baianos decidiram transformar a indignação em ação concreta. O processo contra as mineradoras, pedindo R$ 780 milhões, é um grito coletivo contra a negligência histórica.
O rompimento da barragem em Mariana, ainda que ocorrido em Minas Gerais, não respeitou fronteiras. A lama percorreu rios e mares até manchar o litoral baiano, atingindo comunidades que dependem da pesca e do turismo. O impacto ambiental devastou áreas protegidas, e os reflexos sociais se prolongam até hoje.
Os prefeitos destacam que, mesmo diante de inúmeras tentativas de diálogo, a Bahia foi deixada de fora do acordo nacional de reparação. Essa omissão é considerada inaceitável e desrespeitosa. “Não pedimos favores, pedimos justiça”, reforçaram em nota conjunta.
Moradores e lideranças regionais, em audiências públicas, confirmaram perdas inestimáveis. De águas contaminadas a peixes escassos, de praias desvalorizadas a famílias desamparadas. A urgência das prefeituras em acionar a Justiça expressa a necessidade de acelerar reparações que não podem ser adiadas por mais uma década.
O processo pode se arrastar, mas já cumpre uma função essencial: colocar no centro do debate nacional o direito dos municípios esquecidos.
